Em tempos onde o tempo é mais valioso que dinheiro, surgem ideias de negócios que, à primeira vista, soam absurdas — mas que fazem total sentido. Uma das mais curiosas é a de ser pago para ficar em filas. Isso mesmo: há quem lucre apenas por esperar no lugar de outras pessoas.
Esse serviço inusitado ganhou destaque com o norte-americano Robert Samuel, que cobra US$50 por hora — cerca de R$251 — para enfrentar filas em Nova York. O que começou como uma forma de ganhar um dinheiro extra em 2012 virou um negócio consolidado e lucrativo. Ele fundou a empresa Same Ole Line Dudes, que oferece desde espera para lançamentos de produtos até atendimento em órgãos públicos.
A ideia pode parecer simples, mas atende a uma necessidade real da vida moderna: ninguém quer perder horas em uma fila se pode delegar essa tarefa — e há quem esteja disposto a pagar bem por isso.
Conteúdos abordados
Quem é Robert Samuel e como ele criou seu império de filas
Robert Samuel era apenas mais um consumidor ansioso pelo lançamento do iPhone 5 em 2012, quando teve a ideia que mudaria sua vida. Após ser pago para guardar lugar na fila da Apple Store por um conhecido, percebeu que havia ali uma demanda real e mal explorada. A partir disso, fundou a empresa Same Ole Line Dudes, especializada em esperar no lugar de outras pessoas em qualquer tipo de fila — desde ingressos e eventos até burocracias governamentais.
Com uma abordagem profissional, Samuel padronizou o serviço, estabelecendo tarifas por hora, oferecendo atualizações em tempo real aos clientes e até usando crachás identificando sua função. O valor que cobra — cerca de US$50 por hora — é proporcional ao que seus clientes ganham ao liberar esse tempo para outras atividades.
Hoje, sua empresa é referência no segmento, com reportagens em veículos internacionais e uma clientela fiel. Sua história demonstra como ideias simples, quando bem executadas, podem gerar negócios sustentáveis. Mais do que ganhar dinheiro com filas, ele mostrou que há valor em resolver incômodos cotidianos de maneira criativa.
Por que as pessoas pagam para não esperar?
A prática de pagar alguém para ficar em filas pode parecer exagero, mas tem se tornado cada vez mais comum em grandes centros urbanos. Isso acontece porque o bem mais escasso na vida moderna é o tempo — e a espera é vista como uma perda irreparável dele.
Clientes que contratam esse tipo de serviço geralmente são profissionais ocupados, pais com agendas cheias, idosos com dificuldade de locomoção ou simplesmente pessoas que valorizam seu conforto e preferem pagar do que enfrentar horas em pé. Para muitos, o valor cobrado compensa o que deixariam de produzir ou o estresse evitado.
Além disso, há uma questão emocional importante: filas provocam ansiedade, desconforto e incertezas. Ao terceirizar essa experiência, o cliente se protege de um desgaste desnecessário. Isso explica por que empresas como a de Robert Samuel prosperam, especialmente em locais onde filas são inevitáveis — como Nova York ou São Paulo.
O serviço é, na prática, uma solução personalizada para um problema universal. Assim como pagamos por transporte, alimentação ou cuidados domésticos, pagar para não esperar se tornou uma forma moderna de economizar energia e manter o controle da própria agenda.
O impacto no Brasil: o fenômeno começa a se espalhar
A ideia de pagar alguém para ficar em filas já começa a ganhar espaço no Brasil, impulsionada pelo exemplo de Robert Samuel nos Estados Unidos. Embora o serviço ainda não seja tão estruturado quanto o de sua empresa Same Ole Line Dudes, muitos brasileiros estão descobrindo que podem transformar tempo livre em fonte de renda — especialmente em tempos de economia informal aquecida.
Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, já é possível encontrar profissionais oferecendo esse tipo de serviço em plataformas como a GetNinjas e até em aplicativos de bairro. Eles atendem desde filas para vacinação e matrícula escolar até lançamento de ingressos para shows e Black Friday.
O serviço ainda não é regulamentado no país, mas sua demanda crescente mostra que há espaço para crescimento. Muitos autônomos, estudantes e desempregados enxergam essa prática como uma alternativa prática para ganhar dinheiro sem depender de um emprego formal. Ao mesmo tempo, os consumidores brasileiros começam a perceber o valor de investir para evitar um dos maiores desgastes do cotidiano urbano: a espera.
Com o aumento da demanda, é possível que nos próximos anos surjam empresas brasileiras especializadas no serviço, moldando o mercado local assim como Robert Samuel fez em Nova York.
Quanto custa contratar alguém para ficar em filas?
O preço para ficar em filas varia bastante conforme o país, a cidade e o tipo de fila. Nos Estados Unidos, Robert Samuel cobra cerca de US$50 por hora, valor que convertido para o real gira em torno de R$251. O custo pode aumentar em situações de alta demanda, como eventos concorridos, lançamentos tecnológicos ou filas noturnas.
No Brasil, os valores são mais acessíveis, refletindo o poder de compra local. Profissionais iniciantes costumam cobrar entre R$30 e R$80 por hora. Já os mais experientes, com boa reputação e clientela fiel, podem cobrar acima de R$100/hora, principalmente em capitais com grande volume de filas, como São Paulo e Brasília.
Alguns cobram pacotes fechados, considerando deslocamento, alimentação e tempo de espera. Também há acréscimos para horários noturnos, feriados ou filas longas. O cliente avalia se vale a pena com base em uma lógica simples: quanto custa o tempo que ele economizaria?
Vale lembrar que o serviço pode incluir mais do que apenas aguardar. Muitos profissionais atualizam o cliente com fotos ou vídeos em tempo real, retiram senhas, preenchem formulários e até acompanha
Profissão: ficar em filas
Pode parecer estranho à primeira vista, mas há quem viva exclusivamente de ficar em filas. E mais do que isso — existem profissionais que transformaram essa atividade em um serviço bem estruturado, com agenda cheia, estratégias de captação de clientes e rotinas organizadas.
Quem atua nessa área normalmente começa o dia cedo, carrega uma mochila com itens essenciais (cadeira dobrável, lanche, água, capa de chuva, carregador portátil) e segue um cronograma de atendimentos agendados. Alguns chegam a atender mais de um cliente por dia, especialmente quando há filas com distribuição de senhas e horários bem definidos.
Desafios não faltam: o desgaste físico, a imprevisibilidade do tempo de espera, a necessidade de lidar com agentes públicos e a logística de transporte entre diferentes locais. Ainda assim, muitos veem nessa atividade uma forma honesta e flexível de ganhar dinheiro, sobretudo em momentos de desemprego ou busca por renda complementar.
Em entrevistas, profissionais relatam ganhos mensais entre R$2.000 e R$5.000, dependendo da demanda e da organização pessoal. Alguns até se especializam em nichos específicos — como concursos, shows, Black Friday ou documentos —, o que os torna mais procurados e confiáveis.
Como contratar esse tipo de serviço com segurança
Contratar alguém para ficar em filas pode ser muito útil, mas exige alguns cuidados para garantir uma boa experiência. Como ainda é uma atividade informal na maioria dos casos, é importante seguir algumas recomendações antes de fechar negócio.
- Use plataformas confiáveis: Sites como GetNinjas e redes sociais com recomendação de usuários locais são boas formas de encontrar prestadores de serviço com avaliações e histórico.
- Alinhe todos os detalhes com antecedência: Combine horário de chegada, local exato da fila, tipo de atendimento, duração estimada, valor fechado (por hora ou pacote), e forma de pagamento.
- Peça atualizações durante o serviço: É comum que o profissional envie fotos ou mensagens para manter o cliente informado sobre o progresso na fila.
- Evite passar documentos sensíveis: Sempre que possível, acompanhe o profissional no local em momentos críticos do atendimento ou autorize apenas tarefas seguras, como retirada de senhas.
- Formalize o acordo: Mesmo que informal, escreva os termos do serviço em uma mensagem ou e-mail. Isso ajuda a evitar mal-entendidos e dá mais segurança para ambas as partes.
Com essas precauções, é possível aproveitar os benefícios do serviço com tranquilidade, economizando tempo e evitando o estresse das longas esperas.
Esperar vale quanto? Quando o tempo vira um negócio
A história de Robert Samuel, que cobra cerca de R$251 por hora para ficar em filas, nos mostra que, quando o tempo se torna escasso, qualquer minuto pode ter valor de mercado. O que parecia uma simples perda de tempo virou solução para uns e fonte de renda para outros — um reflexo claro da sociedade contemporânea.
No Brasil, o fenômeno já começa a ganhar força. E isso vai muito além da curiosidade: trata-se de um modelo de negócio que explora a lógica do “delegar para otimizar”. Para quem oferece o serviço, é uma oportunidade de trabalhar com flexibilidade. Para quem contrata, é uma forma de resgatar tempo, conforto e produtividade.
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FAQ
1. Quem é Robert Samuel?
Ele é um empreendedor de Nova York que fundou a empresa Same Ole Line Dudes, especializada em ficar em filas para outras pessoas. Cobra cerca de US$50 por hora.
2. O serviço de ficar em filas existe no Brasil?
Sim, embora ainda de forma informal, há profissionais oferecendo esse serviço em grandes cidades através de plataformas como GetNinjas e redes sociais.
3. É seguro contratar alguém para ficar na fila no meu lugar?
Sim, desde que você tome cuidados como verificar referências, combinar tudo claramente e evitar entregar documentos importantes sem acompanhamento.
4. Quanto custa esse serviço no Brasil?
Os preços variam entre R$30 e R$100 por hora, dependendo da cidade, tipo de fila e profissional contratado.
5. Quais tipos de fila as pessoas contratam com mais frequência?
Fila de eventos, lançamento de produtos, matrículas escolares, atendimentos em órgãos públicos e promoções de lojas estão entre as mais comuns.